Mastite Bovina: causas, tipos, sintomas e tratamentos.
A mastite bovina é uma inflamação na glândula mamária das vacas, sendo uma das doenças mais comuns e economicamente prejudiciais para a pecuária leiteira. Ela afeta diretamente a saúde dos animais, reduz a qualidade do leite e gera perdas financeiras significativas devido à queda na produção. Além disso, a mastite compromete a eficiência do sistema de produção leiteira, elevando os custos com medicamentos e o descarte de leite contaminado.
Principais Causas da Mastite em Bovinos e Fatores de Risco
A principal causa da mastite em bovinos é a infecção bacteriana, mas outros agentes, como fungos e vírus, também podem estar envolvidos. A infecção geralmente ocorre pela entrada desses microrganismos pelo canal do teto, facilitada por falhas no manejo e na higiene. Embora traumas físicos (como lesões nas tetas) e agentes químicos (como resíduos de produtos de limpeza mal enxaguados) possam desencadear a condição, a principal causa está relacionada à infecção por microrganismos. Bactérias como Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Streptococcus são os agentes mais comuns.
Outros fatores que aumentam o risco de mastite incluem:
- Má higiene na ordenha.
- Equipamentos de ordenha mal regulados.
- Lesões nos tetos.
- Falta de tratamento adequado no período seco.
- Condições ambientais adversas (como umidade excessiva e acúmulo de fezes).
- Estresse em vacas em lactação.
- Falta de um programa de controle sanitário adequado.
Tipos de Mastite em Vacas Leiteiras
A mastite pode se manifestar de diferentes formas, sendo as principais:
1. Mastite Clínica
Caracteriza-se por sintomas visíveis, como:
- Inchaço, vermelhidão e dor na glândula mamária.
- Alterações no leite (presença de grumos, coloração anormal e mau cheiro).
- Febre e apatia em casos mais graves.
- Redução drástica na produção de leite do animal afetado.
2. Mastite Subclínica
Não apresenta sinais clínicos evidentes, mas pode ser detectada por meio de testes específicos. É responsável por grandes perdas produtivas devido à redução silenciosa na qualidade e quantidade do leite.
A mastite subclínica, por não apresentar sintomas visíveis, é considerada ainda mais perigosa, pois pode se disseminar facilmente no rebanho sem que o produtor perceba. Esse tipo de mastite representa cerca de 70% dos casos em propriedades leiteiras.
Diagnóstico da Mastite em Bovinos
O diagnóstico precoce é essencial para o controle eficaz da mastite. Os métodos mais comuns incluem:
- Exame clínico: Avaliação visual e palpação da glândula mamária.
- Teste de CMT (California Mastitis Test): Detecta a mastite subclínica por meio da contagem de células somáticas.
- Cultura bacteriana: Identifica o agente causador para direcionar o tratamento adequado.
- Condutividade elétrica do leite: Detecta alterações na composição do leite associadas à mastite.
A Contagem de Células Somáticas (CCS) é um importante indicador da saúde do úbere. Valores acima de 200 mil células/mL indicam a presença de infecção, enquanto valores abaixo disso são considerados normais.
Tratamento da Mastite em Vacas Leiteiras: Como Agir?
O tratamento depende do tipo e gravidade da infecção. As principais abordagens incluem:
- Uso de antibióticos intramamários: Específicos para o agente causador identificado na cultura bacteriana.
- Anti-inflamatórios: Para aliviar dor e reduzir a inflamação.
- Descanso do quarto afetado: Evita a propagação da infecção.
- Fluidos intravenosos: Em casos mais graves, para manter a hidratação e a saúde geral do animal.
O sucesso do tratamento depende da identificação correta do agente infeccioso e da adesão ao protocolo veterinário. Além disso, a retirada do leite de vacas em tratamento é fundamental para evitar resíduos de medicamentos no produto final.
Em casos de mastite crônica ou de difícil cura, pode ser necessário o descarte do animal para evitar prejuízos maiores.
Como Prevenir a Mastite em Bovinos?
A prevenção é fundamental para reduzir a incidência da mastite. Algumas práticas essenciais incluem:
- Higiene rigorosa na ordenha, com limpeza adequada dos tetos antes e após o procedimento.
- Uso correto de selantes e desinfetantes pós-ordenha.
- Manutenção e calibração dos equipamentos de ordenha.
- Implementação de programas de monitoramento da saúde do úbere e controle de CCS.
- Tratamento preventivo no período seco para reduzir infecções latentes.
- Isolamento de vacas infectadas para evitar a disseminação da doença no rebanho.
- Capacitação contínua dos funcionários em boas práticas de manejo e ordenha.
Investir em programas de monitoramento contínuo e em cuidados preventivos é a melhor estratégia para proteger a saúde do rebanho e garantir a qualidade do leite. Um exemplo prático é a adoção de protocolos de biossegurança e a análise periódica da CCS, que permitem a identificação precoce de problemas e a intervenção rápida para minimizar prejuízos.
Além disso, a manutenção de um ambiente limpo e adequado para as vacas, evitando acúmulo de fezes e umidade, reduz significativamente os riscos de infecção. O uso de vacinas específicas também pode ser uma ferramenta complementar para proteger o rebanho contra os principais patógenos causadores de mastite.
Ao adotar essas medidas, o produtor assegura a longevidade das vacas leiteiras, melhora a qualidade do produto final e reduz as perdas econômicas associadas à mastite.
Medicamentos para Tratamento de Mastite em Bovinos
Na Central Veterinária, você encontra um mix completo de medicamentos para mastite em vacas, sejam lactantes ou no período seco, incluindo intramamários, antibióticos, suplementos, anti-inflamatórios e muito mais! Faça já seu pedido pelo televendas ou pela loja online e receba em qualquer lugar do Brasil. Trabalhamos com vendas no atacado e varejo!
Confira alguns medicamentos para tratamento de mastite em bovinos que você encontra aqui:
1. Gentomicin Mastite (250mg) 10g – Syntec
Indicado para mastite aguda e crônica em vacas de baixa e média produção, este antibiótico intramamário à base de sulfato de gentamicina combate infecções causadas por Staphylococcus aureus, Streptococcus spp., Escherichia coli e Enterococcus spp.
Modo de uso: Após a ordenha e higienização do teto, aplicar todo o conteúdo da seringa no quarto afetado. Massagear suavemente para facilitar a absorção. Repetir a aplicação a cada 24 horas por 3 dias consecutivos ou conforme orientação veterinária.
2. Gentamasti L 250mg 10g – Agener
Com gentamicina e prednisolona, é eficaz contra mastites causadas por bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, como Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. e Pseudomonas aeruginosa.
Modo de uso: Após a ordenha, higienizar o teto e aplicar uma seringa em cada quarto afetado. Massagear suavemente para distribuir o medicamento. O tratamento deve ser realizado por 3 dias consecutivos, com intervalo de 24 horas entre as aplicações.
3. Mastizone Lactação 10ml – UCB
Formulado com cefoperazone sódico, um antibiótico de terceira geração, tem ação bactericida contra uma ampla variedade de bactérias causadoras de mastite, incluindo Streptococcus spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus.
Modo de uso: Após a ordenha e a higienização do teto, aplicar o conteúdo da seringa no quarto afetado. A maioria dos casos é resolvida com uma única aplicação, mas o tratamento pode ser ajustado conforme a orientação do médico veterinário.
4. Mastical 10ml – Calbos
Com ação antimicrobiana, antifúngica e anti-inflamatória, é indicado para mastites causadas por bactérias e fungos, como Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Candida albicans.
Modo de uso: Após higienizar o teto, aplicar o conteúdo de uma seringa no quarto afetado. Em mastites agudas, realizar 3 aplicações a cada 24 horas; em mastites severas, 6 aplicações a cada 12 horas.
5. Mastifin Lactação 10g – Ourofino
Antibiótico intramamário à base de gentamicina, indicado para mastites causadas por Corynebacterium, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus spp.
Modo de uso: Após a ordenha, aplicar uma seringa em cada quarto afetado, por via intramamária, durante 3 dias consecutivos. Massagear o teto para facilitar a dispersão do medicamento.
6. Mastite Clínica 8g – J.A
Associação de amoxicilina e clavulanato de potássio, com amplo espectro de ação contra bactérias como Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. e Escherichia coli.
Modo de uso: Após a ordenha, higienizar o teto e aplicar 8 g do produto em cada quarto afetado, a cada 12 horas, até três aplicações.
7. Gentatec Mastite 250mg 10ml – Chemitec
Suspensão oleosa à base de gentamicina, eficaz no combate às mastites agudas e crônicas causadas por Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Pseudomonas spp.
Modo de uso: Aplicar uma seringa em cada quarto afetado, a cada 24 horas, por 3 dias consecutivos.
8. Spectramast Lc 10ml – Zoetis
Com cloridrato de ceftiofur, é indicado para o tratamento clínico da mastite associada a Staphylococcus coagulase-negativa, Streptococcus dysgalactiae e Escherichia coli.
Modo de uso: Após a ordenha e higienização, aplicar o conteúdo da seringa no quarto afetado uma vez ao dia, durante 3 a 8 dias.
9. TETO-IN 1L – TADABRAS
Solução de Iodo indicada para a desinfecção dos tetos após a ordenha, prevenindo mastites causadas por diversos agentes microbianos.
Modo de uso: Diluir 1 litro de TETO-IN em 6 litros de água e realizar a lavagem antes da ordenha. Após a ordenha, mergulhar cada teto na solução e deixar secar naturalmente. Tempo de atuação: 3 minutos.
10. Cmt-Solução 500ml – Tadabras
Solução utilizada para diagnóstico de mastite bovina por meio da detecção de células somáticas no leite.
Modo de uso: Misturar 2 ml de leite fresco com 2 ml da Solução Cmt, agitar e observar a formação de gel após 10 segundos.
Conclusão
A mastite em bovinos é um desafio constante na pecuária leiteira, mas com práticas adequadas de manejo, diagnóstico precoce e tratamentos eficazes, é possível controlar e prevenir a doença. Manter a saúde do rebanho e garantir a qualidade do leite exige atenção contínua e a aplicação de estratégias de biossegurança em todas as etapas do processo produtivo.
A abordagem integrada, que combina medidas preventivas, monitoramento regular e tratamento adequado, é a chave para minimizar os impactos econômicos e sanitários da mastite em bovinos. Com um manejo correto e investimentos em tecnologia, é possível manter a produtividade do rebanho e assegurar a entrega de um leite de alta qualidade ao mercado.
Consulte sempre um médico veterinário especializado para saber quais são as alternativas mais adequadas para tratar doenças em animais.
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