Quais cuidados devem ser tomados para garantir a saúde de bezerros recém-nascidos?

Se você é produtor agropecuário, sabe que o nascimento do bezerro (e seus primeiros dias de vida) é uma fase crucial para o sucesso da produção. Isso porque os cuidados começam  no momento em que são aplicadas ações que certifiquem que a vaca engravide e, claro, tenha um bom desenvolvimento do feto durante toda a gestação.

Por isso, redobrar a atenção durante a fase neonatal dos bezerros pode assegurar uma significativa diminuição da mortalidade dos recém-nascidos, além de aumentar as taxas de desmame e, consequentemente, o lucro da propriedade.

E quais são os cuidados fundamentais aplicados durante esse processo?

Ingestão do colostro

Em primeiro lugar, é essencial que seja fornecido ao bezerro a ingestão do colostro nas primeiras 6 horas após o nascimento. O colostro é introduzido durante a primeira mamada e, por ser rico em nutrientes e energia, é capaz de fornecer a base para o desenvolvimento inicial do sistema imunológico do animal. 

Algumas análises e estudos observaram que a não ingestão do colostro pode comprometer a imunidade e a saúde dos recém-nascidos, possibilitando o aparecimento de doenças e elevando as chances de morte.

Uma dica é: examinar os piquetes de maternidade regularmente, sobretudo se possuir novilhas de primeira cria, pois elas ainda não estão preparadas para o parto e podem apresentar dificuldade para se familiarizar nos primeiros momentos com o bezerro.

Em casos onde ocorra dificuldade em ingerir o colostro, rejeição ou perda da mãe, é fundamental que você auxilie nesse processo, fazendo com que o líquido seja dado ao recém-nascido.

Nas ocorrências em que há rejeição ou morte da matriz, poderá ser oferecido o colostro de outras fêmeas recém-paridas ou o leite que tiver sido armazenado congelado. Para isso, considere ter um banco de colostro com estoque sempre atualizado na propriedade.

Cura do umbigo

Algumas pesquisas apontam que a mortalidade de bezerros recém-nascidos devido à infecções umbilicais pode chegar a 25%, o que prejudica significativamente a produção. Esse é um método simples e que, quando realizado, garante a saúde e o bom desenvolvimento do animal. 

Quando o umbigo é cortado, no momento do nascimento, o bezerro fica suscetível à contaminação de microorganismos, que podem levar ao surgimento de doenças e infecções. Além disso, podem ocorrer hérnias umbilicais e até mesmo miíases.

Para que o umbigo cure corretamente, é recomendado que o corte seja realizado com um material esterilizado e, caso seja muito comprido, que o umbigo seja higienizado com solução de iodo por, no mínimo, três dias. É indicado também o uso de medicamentos com ação repelente, que protejam a ferida de moscas e o aparecimento de bicheiras.

Vermifugação e vacinação

Assim como os demais animais, os bezerros também devem ser vermifugados e vacinados, de acordo com o calendário sanitário da propriedade e a incidência de doenças na região. Todavia, recomenda-se que, no caso dos bezerros, essa vermifugação aconteça aos dois, quatro e seis meses de idade.

Muitos bezerros podem apresentar também diarréias neonatais, ocasionadas por bactérias ou pela ingestão da forragem (a qual o animal ainda não está acostumado). Caso não sejam devidamente tratadas, elas podem levar a perda de peso, desidratação e até a morte do recém-nascido.

Ademais, tem-se também que algumas vacinas são obrigatórias, e devem ser aplicadas durante o período indicado. São elas:

• Brucelose: deve ser aplicada em fêmeas de 5 a 8 meses de idade pelo médico veterinário, realizando a marcação dos animais já vacinados;
• Febre Aftosa: em primeiro lugar, você deve checar se a aplicação desta vacina ainda é obrigatória em sua região. Assim, todos os animais com até 24 meses de idade devem ser vacinados nos meses de maio e novembro, com reforços anuais;
• Carbúnculo Sintomático: deve ser aplicada primeiro aos 4 meses, sendo oferecido um reforço a cada 6 meses até que o animal complete 24 meses de idade;
• Raiva: a vacinação deve ser realizada anualmente, sendo aplicada a partir dos 4 meses de idade;

Assim como a Febre Aftosa, existem regiões em que algumas doenças ainda são endêmicas. No caso do Paratifo, é necessário que a vacina seja aplicada aos 15 e 45 dias de vida. Para a Leptospirose, devem ser vacinados os bezerros com mais de 2 meses e, para o Botulismo, a vacina também deve ser aplicada a partir dos 2 meses, com reforços de 4 a 6 semanas após a primeira vacinação.

Registro dos bezerros

Logo após o nascimento, é fundamental que seja feita a identificação e registro dos animais nos sistemas da propriedade. Isso garante que seu inventário esteja sempre atualizado, facilitando o acompanhamento dos bezerros nascidos e seu desenvolvimento.

A identificação pode ser realizada no dia do nascimento, com a aplicação de brincos. Lembre-se que deve ser feita a contenção correta do animal, a fim de evitar estresse e possíveis acidentes. Além disso, para evitar que surjam bicheiras no local da aplicação, é recomendada a aplicação de pomadas que auxiliam na cicatrização.

Se você ainda não faz uso dos cuidados acima na manutenção dos bezerros recém-nascidos, não perca tempo e se atualize para a próxima estação de parição! 

Ah, e para garantir que os animais tenham acesso a um tratamento com os melhores medicamentos veterinários do mercado, conte com quem é especialista, conte com a Central Veterinária.

 

Fonte: JetBov.